“Que nos impele a agir?” esta pergunta, que atravessa toda a narrativa, começa o livro de Bernard Werber numa viagem ficcionada sobre os mistérios do cérebro humano. Num misto de ficção e ciência, B. Werber propõe-nos uma reflexão sobre aquilo que motiva o ser humano a agir, no sentido de que uma forte motivação por algo potencia consideravelmente as nossas capacidades cognitivas na prossecução dos nossos objectivos. Em simultâneo, o livro leva-nos também a reflectir sobre as máquinas, enquanto entidades inteligentes, e a questionar-nos até que ponto as máquinas são capazes de pensar. Deixo dois excertos para motivar a leitura deste livro:
“Na sua mente, um núcleo do córtex do seu hemisfério esquerdo agarra-se a uma ideia. [...] O núcleo activa electricamente o neurónio que em dois milésimos de segundo passa de menos setenta milivolts a mais trinta milivolts.[...] Entrada em acção do neurotransmissor ácido glutâmico. Quando este roça o neurónio vizinho, este passa por sua vez a trinta milivolts.[...] Deste subtil equilíbrio entre electricidade e produtos químicos excitantes ou inibidores, nascem as ideias”
“Jean-Louis Martin envia o texto para o ecrã: ‘Encerrado na caverna de Denys (uma pequena ilha da Sicília), Ulisses encontra-se diante do Ciclope que quer matá-lo. O Ciclope propõe-lhe então uma escolha: ou Ulisses diz uma verdade e será cozido, ou diz uma mentira e será assado. Que deve responder Ulisses? Dispõem de três minutos e só têm direito a uma resposta’”
Luís Custódio